Mesmo em meio a inúmeros desafios econômicos e burocráticos, o brasileiro tende a buscar soluções criativas para situações de adversidade e, muitas vezes, uma ideia de negócio é vista como alternativa diante de dificuldades financeiras. Prova disso é que, de acordo com o Mapa de Empresas, ferramenta disponibilizada pelo Governo Federal, 3.868.687 empresas foram abertas ao longo do ano passado. O número segue em ritmo de crescimento: No primeiro quadrimestre de 2024, mais 1.456.958 foram criadas – 90,4% delas são de pequeno porte. No total, há mais de 21 milhões de empresas ativas no Brasil.
É essencial, entretanto, ter consciência de quais fatores devem ser levados em consideração na hora de colocar uma ideia de negócio em prática. Ou seja, mesmo diante de uma grande ideia, é preciso avaliar riscos e potencial de rentabilidade do negócio. Por isso, a Adição Contábil explica quais custos devem ser considerados e como é possível prever a rentabilidade de uma empresa, serviço ou produto.
O que calcular ao colocar em prática uma ideia de negócio
1. Custos fixos e variáveis
A análise da rentabilidade de uma ideia de negócio começa com a compreensão clara de custos fixos e variáveis.
→ Custos fixos são despesas que não variam de acordo com o volume de produção ou vendas (por exemplo, aluguel, salários e seguros). No Brasil, impostos e encargos trabalhistas também devem ser considerados parte dos custos fixos
→ Custos variáveis são despesas proporcionais ao que foi produzido ou vendido (matéria-prima, comissões, fretes etc)
2. Ponto de equilíbrio
O conhecimento sobre custos fixos e variáveis é essencial para que saiba quanto a empresa precisa vender. A partir disso, utiliza-se o conceito de ponto de equilíbrio (ou break-even point), que pode ser calculado em unidades (considera-se o preço de venda por unidade, o custo variável por unidade e os custos fixos totais) ou em receita. Neste último caso, consideram-se os custos fixos totais e a margem de contribuição percentual (que é a diferença entre o preço de venda e o custo variável por unidade, dividida pelo preço de venda, expressa em porcentagem).
3. Margens de lucro
Para entender a rentabilidade de uma ideia de negócio, é essencial calcular as margens de lucro, distinguindo-as entre “bruta”, “operacional” e “líquida”:
→ Margem Bruta: Calcula-se subtraindo os custos dos produtos vendidos das receitas totais, dividido pelo total de receitas
→ Margem Operacional: Leva em conta as despesas operacionais
→ Margem Líquida: Subtrai todos os custos, incluindo impostos e juros, das receitas totais
4. Fluxo de caixa detalhado
Para essa projeção, é válido considerar o uso de softwares de gestão financeira. Assim, é possível manter um registro rigoroso e proporcionar uma visão clara da situação de caixa em tempo real.
5. Tendências de variação de receitas
Avaliar o crescimento das receitas ao longo do tempo é crucial. Mais do que olhar para os números absolutos, é preciso realizar análises financeiras verticais e horizontais para entender como diferentes áreas do negócio estão performando em relação a si mesmas ao longo do tempo e em relação ao mercado.
6. Mercado e Concorrência
O ambiente externo também desempenha um papel crucial na rentabilidade. Fatores como a situação econômica, a intensidade da concorrência, mudanças na legislação e nas preferências dos consumidores podem todos impactar a rentabilidade de maneiras significativas. Por isso, é preciso ter flexibilidade em relação a ideia de negócio inicial, permanecendo disposto a adaptar estratégias conforme necessário.